quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Erros Meus a que Chamarei Virtude

Erros meus a que chamarei virtude, 
Por bem vos quero, e morro despedido 
Sem amor, sem saúde, o chão perdido, 
Erros meus a que chamarei virtude. 

A terra cultivei, amargo e rude, 
No sonho de melhor a ter servido; 
Para ilusão de um palmo de comprido, 
A terra cultivei, amargo e rude. 

E o amor? A saúde? Eis os dois Lagos 
Onde os olhos me ficam debruçados 
— Azul e roxo, rasos de água os Lagos. 

Mas direis, erros meus, ainda amores? 
— São bonitos os dias acabados 
Quando ao poente o Sol desfolha flores. 

Afonso Duarte, in "Sibila"


Fonte: http://www.citador.pt/

(a curiosidade à Portugal me levou)

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